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Da arquibancada, eterno ídolo Douglas Cordeiro comemora título do Sada

Douglas Cordeiro é um ídolo eterno do Sada Cruzeiro. O ex-central foi campeão do mundo com o clube em 2013 e agora, aos 42 anos, viu de pertinho, da arquibancada do ginásio Divino Braga, em Betim (MG), o antigo clube ser tetracampeão com craques com quem jogou, como o oposto Wallace, e o agora técnico e ex-ponteiro, Filipe.

Depois de sete temporadas e 315 jogos defendendo o time mineiro, é muito difícil se manter distante. E Douglas nem quer. Depois de aposentar na temporada 2014/2015, sempre que pode está por perto, embora sua vida hoje seja voltada para a gestão. Sim, Douglas Cordeiro é administrador da Pousada Seu Dodó no paraíso de Fernando de Noronha (PE), onde passou boa parte de sua infância e adolescência apesar de ter nascido em Recife.

Douglas com a esposa, Sylvia, e o filho caçula, Rafael, neste Mundial (Foto: arquivo pessoal)

Mesmo do lado de fora, Douglas Cordeiro faz parte de tudo isso. O ex-jogador ajudou o Sada Cruzeiro a construir a potência em que o clube se tornou e o pernambucano arretado, como ele mesmo se denomina, tem a paz da sensação de dever cumprido – mesmo tendo parado de jogar aos 36 anos com muita lenha para queimar no voleibol.

Agora confira o craque contando que a decisão de parar não foi fácil, mas que houve um cuidado com sua família, o que temos que mais do que respeitar, admirar.   Agradecemos por toda a dedicação ao esporte e empenho para ajudar o time brasileiro a representar o nosso país no cenário mundial.

Douglas Cordeiro comemora ponto pelo time mineiro (Foto: Renato Araújo/Sada Cruzeiro)

Fiquem com Douglas Cordeiro:

– Vendo o quarto título do Mundial de Clubes de fora, qual foi a sensação de ver o clube onde você é tão identificado ser mais uma vez o melhor do mundo?

Estava lá no ginásio torcendo muito. Foi uma emoção ímpar, pois lembro do dia que me apresentei para jogar pelo Sada Betim, justamente nesse mesmo ginásio. A parceria com o Cruzeiro viria só em 2010 e o time não tinha nem o título de campeão mineiro ainda. Participar dessa evolução e ver o que time conquistou traz uma sensação de dever cumprido e, de certa forma, um pertencimento a toda essa trajetória vitoriosa que vem até hoje.

– Quais são as melhores lembranças do Mundial de 2013?

Essa competição foi a mais importante na minha carreira, pois consegui conquistar um título contra uma grande equipe mundial, com jogadores de altíssimo nível do outro lado. Nunca tive uma oportunidade na seleção brasileira adulta e o título do mundial de clubes me fez ver que poderia jogar em nível Internacional com êxito.

O ex-central jogou no Sada por sete temporadas (Foto: Renato Araújo/Sada Cruzeiro)

– O Sada Cruzeiro tem essa virtude de manter jogadores por um longo período em seu elenco. Você acha que isso é um dos segredos para o sucesso do projeto?

Com certeza. A hegemonia se mantém por conta da permanência dos pilares da equipe. Saber identificar quem são esses pilares é um grande diferencial quando vai se montar a equipe para a temporada. Atleta é ser humano com todos os seus defeitos, e na hora de montar o grupo, tem que saber quem é bom pra harmonizar melhor. As qualidades técnicas contam, mas não é só isso.

– A decisão de parar de jogar foi difícil? E como foi decidir voltar pra casa depois disso?

Foi uma das decisões mais difíceis da minha vida, até porque eu estava com 36 anos e ainda dava para jogar pelo menos mais uns quatro. Mas pensei muito e como minhas decisões impactam no dia a dia da minha família, achei melhor parar. Meu contrato se encerrou no Sada Cruzeiro e já tinha montado duas empresas em Noronha que estavam precisando de suporte para gestão. Foi aí que mudei de profissão, em 2015.

– Atualmente você se divide entre Belo Horizonte (MG), que se tornou sua casa, e Fernando de Noronha, que é a sua casa de fato. Como é a vida na ilha?

A ilha é um paraíso e, apesar de não ter nascido lá, passei boa parte da minha infância e adolescência. Comecei a jogar vôlei lá e minha ligação sempre foi muito forte com a ilha. Hoje consegui montar uma estrutura de gestão que trabalho em casa. Tenho uma equipe, junto com meu pai, que é o Seu Dodó, e me ajudam na parte operacional na pousada. Mas, estou frequentemente em Noronha por conta da pousada que administro.

https://www.instagram.com/pousadaseudodo/

– Você já tinha a pousada ou você iniciou esse novo momento da vida depois que parou de jogar mesmo?

Enquanto atleta pude investir e ajudar meu pai e meus irmãos a montarem a pousada e uma distribuidora de bebidas que temos também na ilha.

– Você sente saudade da agitação de um ginásio ou está mais para a paz de Fernando de Noronha? (risos) O voleibol sempre estará dentro de mim. Além de me trazer títulos, me ensinou muitos valores e moldou minha personalidade e caráter. Tenho alguns sonhos que pretendo colocar em prática o mais breve possível. Preciso retribuir ao esporte o que ele causou em minha vida. Esse sonho será realizado, se Deus quiser.