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Retrospecto prova a impressionante supremacia do vôlei do Brasil

Começamos o ano de 2022 trazendo recordações. Sim, porque valorizar tudo o que já foi feito é fundamental, além de inspirador. E como temos boas lembranças quando o assunto é voleibol brasileiro. Especificamente no masculino, vivemos nos últimos anos, a partir de 2001, a era Bernardinho onde o Brasil conquistou tudo o que disputou. O técnico optou por sair do comando da seleção em 2016 e Renan assumiu. Outros muitos títulos vieram até o fim de 2021.

Então, vamos recordar alguns desses momentos tão especiais para o vôlei do Brasil. Sob o comando de Bernardinho, a seleção brasileira disputou 16 edições de Liga Mundial. Foram 13 finis e oito medalhas de ouro. Um número impressionante. Também foram três edições de Copa do Mundo, competição onde o Brasil conquistou dois títulos e ainda uma medalha de bronze.

Em Sul-Americano, a gente já sabe, a seleção brasileira domina. Ganhou todas as edições desde que a competição existe, em 1964. Com o técnico, foram oito competições e oito títulos. O Brasil também medalhou em Copas Américas. Nas quatro edições que disputou, foi campeão uma vez e também conquistou três pratas.

Com Bernardinho, a equipe verde e amarela jogou quatro vezes. Resultado: três títulos e um vice-campeonato. Em Jogos Pan-Americanos, o Brasil esteve também em quatro, fazendo três finis, conquistando dois ouros e uma prata, e ainda somando uma medalha de bronze ao currículo.

Bernardinho no comando da seleção no Mundial de 2014 (Foto: FIVB)

 A chamada era Bernardinho subiu o degrau mis alto do pódio mais vezes. E não a toa deixamos Campeonato Mundial e Jogos Olímpicos por último. As duas competições consideradas mais importantes no calendário internacional trazem ótimas recordações aos comandados pelo técnico brasileiro.

Em Mundiais foram quatro campeonatos disputados, quatro finis e três títulos. Em Olimpíadas, quatro edições jogadas, quatro impressionantes finais e duas medalhas de ouro.

Foram muitas e importantíssimas as conquistas de um grupo que venceu tudo contando com ícones da modalidade como Giba, Serginho, Dante, André Nascimento, Nalbert, Maurício, Gustavo, Giovane, Ricardinho, e tantos outros.

Mas, para chegar a esses números impressionantes, Bernardinho também contou com grandes profissionais em sua comissão técnica como os assistentes Chico dos Santos, Rubinho, Ricardo Tabach, Juba Ribas, o fisioterapeuta Guilherme Tenius, o Fiapo, preparadores físicos José Inácio Salles e Renato Bacchi, os médicos Ney Pecegueiro e Álvaro Chamecki, a analista de desempenho, Roberta Giglio, o massoterapeuta Kleevans Albuquerque, os supervisores Marcos Lerbach e Mariana D´Aragona, entre outros.

“Costumo dizer que as medalhas enferrujam, a gente perde, somem, mas as relações e as lembranças são eternas. Tivemos um grupo incrível, maravilhoso, de pessoas que se dedicaram a uma causa que nós todos abraçamos”, disse Bernardinho, que fez questão de citar nomes de alguns de seus fiéis escudeiros.

Fiapo, o fisioterapeuta citado por Bernardinho, em ação com o oposto Theo (Foto: CBV)

“Tínhamos uma turma de assistentes técnicos passando pelo Tabach, que ficou mais tempo comigo, Chico dos Santos, Rubinho, Juba, uma turma enorme de assistentes, Marcão, Luciano, Nutti, rapaziada que ficava ali dando o gás em cima dos caixotes; os fisioterapeutas, Fiapo principalmente, que virava noites tratando, cuidando dos jogadores e da comissão técnica muitas vezes; Robertinha cuidando de imagens e coisas importantes, se dedicando, também virando noites com uma cobrança enorme em cima dela; Zé Inácio e Renato Bacchi, os preparadores físicos maravilhosos que colocaram esses rapazes em condições de fazer coisas que acho que ninguém nunca fez no mundo. Se parar e somar tudo o que essa turma conquistou, acho que é único. E tínhamos dois grandes médicos, Dr. Ney Pecegueiro e Álvaro Chamecki, além da Mari, que organizava tudo como supervisora”, enalteceu o chefe.

Bernardinho ainda declarou sua gratidão a esses profissionais. “Costumo dizer que eu sou o Bernardo. Bernardinho é um grupo de pessoas que trabalhavam para conquistar campeonatos, representar o Brasil, fazer coisas legais. Isso simboliza bem o eu acredito que essa turma toda representou para uma fase tão especial da minha vida. Não tem como pensar nisso tudo sem reverenciar, agradecer e me lembrar de pessoas incríveis que estiveram comigo nessa caminhada”, concluiu o ex-técnico da seleção brasileira.

Atual momento da seleção

A última sob o comando do multicampeão foi especial, em casa, no Brasil, no Rio de Janeiro, no Maracanãzinho. Depois disso, então, Bernardinho se despediu da seleção por opção própria e a comissão técnica passou, também, por algumas mudanças.

Renan assumiu mais do que um grupo. Assumiu a responsabilidade de seguir adiante com um trabalho impecável – lembrando que esporte não é ciência exata e que nem todas as vezes o mesmo time será campeão. E o treinador, que foi considerado o jogador mais espetacular do mundo, manteve o bom retrospecto.

Aliás, Renan ainda enfrentou algo inédito na história: um ciclo olímpico de cinco anos devido a uma pandemia mundial que abalou o mundo e fez aumentar a ansiedade pela espera para os Jogos Olímpicos de Tóquio, que seriam em 2020 e aconteceram somente em 2021.

Renan no comando da seleção durante a Copa do Mundo de 2019 (Foto: FIVB)

Neste longo ciclo, Renan conduziu a seleção na última edição da Liga Mundial, e, em sua estreia, em 2017, chegou a final. O Brasil, então, ficou com o segundo lugar. No mesmo ano, foi campeão no Sul-Americano e na Copa dos Campeões.

Em 2018, na primeira edição da Liga das Nações, campeonato que chegou para substituir a Liga Mundial e unificar os dois naipes, a seleção brasileira, praticamente sem tempo para treinar, chegou a fase final, e terminou em quarto lugar. Na sequencia o grupo verde e amarelo disputou o Campeonato Mundial, e mais uma vez chegou a uma final, entre os melhores do mundo, ficando com a medalha de prata.

O ano seguinte foi desafiador. A seleção disputou cinco competições. E parece que o exaustivo desafio mexeu com o grupo que provou, mais uma vez, que representar o país esta acima de tudo. Dos cinco compromissos, foram quatro títulos.

Na Liga das Nações o Brasil ficou em quarto lugar e depois foi campeão no Sul-Americano, na Copa Wagner, no Pré-Olímpico e na Copa do Mundo – esta última de forma invicta depois de fazer 11 jogos em 15 dias no Japão.

O ano de 2020 foi de pandemia da covid-19 e o grupo sequer se reuniu para iniciar o trabalho. Todos voltaram a se encontrar em 2021, quando houve um abalo pelo caso de covid com o técnico da seleção masculina. Renan ficou internado e Carlos Schwanke foi o comandante na Liga das Nações quando a força do grupo prevaleceu e o Brasil subiu ao ponto mais alto do pódio.

Já com o treinador de volta e recuperado, a equipe brasileira entrou em quadra no mais importante compromisso do ano: Jogos Olímpicos. Em um edição absolutamente equilibrada e bem disputada, o Brasil encerrou sua participação no quarto lugar e, sem muito tempo para lamentar, já enfrentou o desfio de manter a hegemonia nos Jogos Sul- Americanos. Tudo certo no final e em uma vitória sobre a Argentina faturou mais um título.

Ainda em tempo de encerrar o ano, o técnico Renan fez questão de comandar uma jovem geração na disputa da primeira edição dos Jogos Pan-Americanos Junior, para atletas de até 23 anos, e finalizou o 2021 da seleção brasileira com mais uma medalha de ouro.

Bruninho é o capitão e grande líder da seleção brasileira masculina (Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV)

Capitão e grande líder desse grupo, desde 2007 na seleção adulta, o levantador Bruninho sabe que o maior obstáculo que a seleção masculina enfrenta é o enorme equilíbrio entre vários times do mundo.

“acredito que, como há muitos anos vem existindo um equilíbrio muito grande e uma alternância entre as equipes que vencem os campeonatos, isso deixa o voleibol masculino cada vez mais equilibrado. Apesar das mudanças de jogadores que saem da seleção e da chegada de novos talentos, as dificuldades vão ser sempre conseguir estar no mais alto nível. Isso foi algo que o Renan, a  partir de 2017, conseguiu, manter”, comentou Bruninho.

O levantador ainda falou mais sobre o trabalho do treinador. “Ele seguiu a mentalidade de muito trabalho dos mesmos 16 nos anteriores e isso acabou fazendo com que a gente conseguisse manter o retrospecto de, nem sempre vencer, mas estar sempre entre os melhores. Esse é o grande trabalho a ser feito: continuar implementando essa filosofia, mesmo tendo uma equipe um pouco diferente em função de uma renovação natural”, disse Bruninho.

O capitão também comentou sobre os próximos anos até os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. “Esse é o grande desafio para esse próximo ciclo mais curto. Manter as seleções entre as melhores, mesmo com concorrência tão grande”, concluiu Bruninho.