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Após 11 anos como atleta, Gurja curte a função de comentarista

Rangel Boscatti Gurja jogou vôlei por 11 anos. Dos 15 aos 31 teve o esporte como profissão, e, como traçou boa parte de sua trajetória no exterior, talvez não tenha ficado tão conhecido do público que acompanha a modalidade. Porém, sua história de vida mudou e um surpreendente convite para se tornar comentarista fez com que o então aposentado das quadras voltasse para perto do esporte.

A oportunidade de comentar o principal campeonato do calendário nacional do vôlei pode até ter sido inesperado, mas caiu muitíssimo bem. Estar de alguma forma próximo dos ídolos que disputam a Superliga, agora como comentarista do Canal Vôlei Brasil, o pay-per-view da competição, é extremamente satisfatório.

Agora, então, vamos conhecer um pouco melhor da história de vida do Gurja através do próprio.

Gurja na cabine de transmissão do Canal Vôlei Brasil (Foto: reprodução Instagram)

– Sua carreira foi traçada em grande parte no exterior. Teve algum motivo concreto pra isso? Foi uma opção sua?

Em 2006, aos 20 anos, recebi ofertas para disputar a Superliga no Brasil e a Portuguesa, depois de me destacar na extinta Liga Nacional. Optei pela proposta internacional pela experiência de vivenciar outras culturas. Depois disso, as portas para que eu continuasse jogando e rodando pelo mundo foram se abrindo naturalmente. O fato de o mercado nacional ser saturado e concorridíssimo também foram fatores preponderantes pra que eu olhasse com mais carinho o mercado internacional.

– Quando você voltou, foi para seguir trabalhando no vôlei?

Voltei com a intenção de apenas passar as férias no Brasil. Inclusive tinha meu contrato renovado pra função de Assistente Técnico nos Emirados Árabes. Porém, divergências melaram a continuidade do trabalho. E nesse tempo surgiu o convite da NSports, que me trouxe a oportunidade de seguir envolvido com a modalidade, mas em uma nova função.

– Quando surgiu o convite para se tornar comentarista, te assustou ou você encarou numa boa?

Na hora soou meio surreal. A profissão é extremamente restrita a campeoníssimos e atemporais ex-jogadores. Aceitei como mais um grato desafio dentro da modalidade que me deu um mundo de oportunidades.

– Como foi a preparação para essa função?

A preparação foi intensa. Minha primeira partida foi na abertura da Superliga 19/20 entre Valinhos e Praia. Fui até a cidade do interior Paulista acompanhar os treinos prévios a estreia, colhi o máximo de informações e parti para o estúdio, a época em Santo André. Era também estreia da Natalia Lara, hoje narradora do grupo Globo. Entregamos uma transmissão limpa, informativa e descontraída, apesar do claro nervosismo, ambos passamos no teste. (risos)

Comentarista pronto para o jogo (Foto: reprodução Instagram)

– Você acha que ser um ex-jogador é importante para ser um bom comentarista?

Acredito que ter vivenciado a modalidade de maneira profissional, traz certamente benefícios que agregam na qualidade da análise, seja tática, técnica ou emocional.

– Dá pra comparar os dois papéis (atleta e comentarista) de alguma forma? O estudo para o jogo, de repente?

A verdade é que comentar é muuuuito mais fácil do que jogar. Para mim, é analisar a partida de forma imparcial, tentando fazer com que quem assiste à partida, sendo um especialista ou não da modalidade, entenda claramente o que está acontecendo em quadra. Busco sempre coletar informações relevantes sobre os adversários, manter contato com treinadores, atletas, assessores, agentes, mas, quem faz o espetáculo acontecer são os atletas e comissões técnicas.

– atualmente, como comentarista, você se considera mais conhecido pelo público do vôlei do que antes, quando atleta?

Sem qualquer sombra de dúvidas, sim. Com todo respeito e gratidão à minha trajetória como atleta, passei longe de fazer história dentro das quadras de maneira que me fizesse um cara amplamente conhecido no cenário. Com a nova função, além de ter o contato direto com meus ídolos, do passado e do presente, passei a tê-los também como amigos.

– Você mantém contato com os fãs por redes sociais?

O voleibol é a modalidade coletiva mais campeã da história do esporte nacional e tem um público fiel, apaixonado, crítico e inteirado. São parte fundamental na missão de tornar o voleibol no Brasil tão respeitado quanto o voleibol do Brasil. A chegada dos fãs acontece de forma orgânica, fruto do reconhecimento do trabalho entregue. Costumo atender a todos que me procuram pra falar sobre a modalidade. Gosto de acompanhar as ligas gringas, o mercado, o trabalho de quem fomenta a modalidade. Para mim, só fortifica os elos para que a corrente seja cada vez mais sólida.