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De dentro para a beira da quadra, ex-jogadora Josiane é destaque na arbitragem

Ela mudou de clube algumas vezes, defendeu os principais times do país na época, mudou de posição, tendo jogado como central, ponteira, oposta e líbero, e depois de parar de jogar decidiu mudar de função. Mas não saiu bem de pertinho da quadra. É que a ex-jogadora Josiane, hoje com 50 anos, é árbitra e você pode ver sua atuação por aí em vários jogos da Superliga 1XBET de Vôlei temporada 22/23.

A gaúcha representou times como os tradicionais Leite Moça, Sollo/Tietê, MRV/Minas, BCN/Osasco, e conquistou títulos por onde passou. Também foi vice-campeã mundial juvenil, em 1991, em uma seleção de jovens que também contava com nomes como Hilma, Leila, Karin, Andrea Teixeira, entre outras.

A carreira, então, se encerrou, mas a vontade de seguir próxima do vôlei não. Por isso, Josi começou, em 2009, a arbitrar através de um curso na Liga de Sorocaba. Em 2015, já fazia parte do quadro de árbitros da Federação Paulista de Voleibol.

“Estava de professora e técnica de um clube e precisava ampliar os conhecimentos de regra para passar corretamente para os alunos. Quando se é somente atleta, muitas das vezes não se conhece a regra profundamente, mas, naquele momento, era preciso me aprofundar nesta questão”, explicou Josiane.

Josiane atua em partida no Sesi-SP (Foto: reprodução internet)

O interesse, então, foi ganhando maior proporção e a ex-jogadora tomou gosto pela coisa. Passou a entender a responsabilidade que estava assumindo e também sabia dos riscos – afinal, torcida é, muitas vezes, exigentes com os árbitros.

“Arbitragem é uma ocupação de muita responsabilidade, requer equilíbrio emocional para decidir em fração de segundos todos os lances da partida. Reclamações sempre vão existir. Obviamente a regra prevê sanções se essas reclamações ultrapassarem o limite do respeito”, explicou Josi.

Mas, o fato de ter sido uma atleta renomada, de respeito ao longo de sua carreira, ajuda um pouco nos momentos de cobrança da maioria dos torcedores.

“Claro que já ser conhecida como jogadora ajuda a obter o respeito, pois se tem um passado no voleibol, vivências, experiências, amizades construídas, mas a cada trabalho eu sempre procuro estar atenta, dedicada e concentrada para que o jogo não tenha problemas ou dúvidas. Para isso é sempre bom estar atualizada nas regras, protocolos, guias, livro de casos e procurar ter uma boa condução da partida”, detalhou Josiane.

Josi defendeu o tradicional time do Leites Nestlé (Foto: reprodução internet)

E se os seus jogos contam com uma torcida conhecedora do voleibol de uns anos atrás, pode ter certeza que a árbitra vai estar ali no momento das fotos junto aos atletas no final do jogo.

“Sempre acontece de alguém nos ginásios lembrar da minha passagem esportiva, principalmente os que acompanhavam o voleibol dos anos 80 e 90. Muitas vezes até tiro fotos com essas pessoas, as quais agradeço sempre o carinho”, comentou.

Estar pertinho do vôlei segue sendo algo profundamente prazeroso. “Com certeza é uma forma de estar em quadra ainda e sentir a adrenalina de um jogo. Também gosto de acompanhar o desenvolvimento do voleibol da base, e com a arbitragem acabo vendo de perto através dos anos”.

De dentro para a beira da quadra

Depois da carreira como atleta, Josiane lembra com carinho daquela rotina acelerada e deliciosa e das amizades que fez enquanto jogava.

“Foram muitos anos treinando e jogando, não dá para esquecer. Foram muitas pessoas bacanas nessa trajetória, muitas emoções em competições, muitas conquistas e derrotas também, e tudo isso traz lembranças positivas. Não sinto falta porque o ciclo de atleta foi encerrado e acredito que contribuí sempre com muito amor, suor e dedicação”, afirmou Josi.

Mas, é fato que o vôlei nunca saiu da vida da ex-jogadora e atual árbitra. Josiane, inclusive, pode ir um pouquinho mais para o lado e, quem sabe, estar no banco, mudando mais uma vez de função e atuando na comissão técnica.

“Fiz todos os cursos de treinadores da CBV, sou Nível IV”, contou Josiane. “Na verdade, tive algumas poucas experiências neste caminho, mas trabalhei bastante na introdução de crianças no voleibol como professora”, concluiu a árbitra brasileira.