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Samara atravessa momento de superação depois de cirurgia delicada

Aos 29 anos, e há seis fora do país, a ponteira Samara está no Brasil, mas não exatamente para passar férias. Neste momento, a jogadora atravessa uma fase de enorme superação de uma cirurgia super delicada chamada osteotomia, realizada há quatro meses. A determinação com que Samara encara a recuperação é admirável.

Essa é uma cirurgia de correção biomecânica da articulação, que consiste na realização de cortes nos ossos deformados, no caso de Samara, no fêmur, e a ponteira é a primeira jogadora de vôlei do Brasil a passar por uma osteotomia no objetivo de voltar a performar em alto nível.

A cirurgia já era indicada há tempos, mas Samara vinha tentando administrar até mesmo as dores que sentia durante os treinamentos e jogos.

“Eu não cheguei a me lesionar. Eu teria que ter feito essa cirurgia há mais tempo, mas estava adiando enquanto conseguir levar. Até que chegou em um ponto que eu não conseguia mais. Sentia muita dor e precisamos corrigir”, explicou Samara.

Tudo foi bastante delicado, mas a ponteira está em paz e, acima de tudo, segura de estar cercada por pessoas de confiança. “Desde que decidimos que iria passar por essas cirurgias, esperei terminar a temporada na Polônia, fui para Itália, conversei com o meu empresário, Stefano Bartocci, que é italiano, passei um mês indo a médicos, até que decidimos que tinha chegado a hora. Vim para o Brasil e operei aqui em julho”, contou Samara.

Samara ainda na Polônia, onde jogou a última temporada (Foto: arquivo pessoal)

A decisão de passar pelas cirurgias e pela recuperação no Brasil foi fácil de tomar. “Operei com o Rodrigo Vaz, do Minas, e com o Sérgio Campolina, do Sada Cruzeiro. Todos os atletas que trabalham fora sabem o quanto a medicina e fisioterapia esportiva do nosso país é diferenciada. O Dr. Rodrigo trabalha comigo desde os 15 anosa. O Dr. Sergio e eu também nos conhecemos há muitos anos. Nunca trabalhamos juntos por ele ser do masculino, mas já sabia que ele era referência no tipo de cirurgia que eu precisava”, detalhou Samara.

O pós-operatório também foi decisivo para estar no Brasil neste momento. A cirurgia foi realizada há quatro meses e jogadora ficou dois sem colocar os pés no chão. Estar em casa, com a família, recebendo carinho e ajuda foi primordial para essa boa recuperação.

“Sabíamos que após a cirurgia eu teria que ficar dois meses sem encostar o pé no chão, e que, com isso, ficaria bem debilitada. Sabíamos que eu ia necessitar de bastante ajuda e assistência, então nada melhor que poder fazer isso perto da família”, afirmou Samara, que é justamente de Barueri (SP).

Passados os dois meses obrigatórios de repouso, começou uma nova fase: fisioterapia. O trabalho começou e acontece em casa, em Barueri, onde Samara também não teve dúvida de quem escolher para cuidar da sua recuperação. A decisão por trabalhar com Fernando Fernandes, o Fernandinho, fisioterapeuta do Barueri Volleyball Club e da seleção brasileira feminina, também era algo certo na cabeça da jogadora.

Samara faz seu tratamento com Fernando Fernandes, fisioterapeuta do Barueri e da seleção feminina (Foto: arquivo pessoal)

“O Fernandinho me conhece há muitos anos, me acompanhou por anos em Osasco, e me conhece como ninguém. Não teria como escolher outros profissionais. Eu sabia da complexidade que seria o procedimento, acho que não teria como não operar com quem eu confio de olhos fechados, e recuperar com quem é referência na fisioterapia esportiva do nosso país”, elogiou Samara.

Fernandinho explicou alguns pontos do tratamento da jogadora e esclareceu sobre a complexidade do tratamento.

“A Samara passou por um procedimento cirúrgico no joelho esquerdo, que não teve nenhuma lesão aguda, nenhuma torção, nada, mas era um processo de desgaste que ela vinha sofrendo e que nos últimos anos estava se agravando. Na última temporada, antes de ir para a Polônia, ela fez uma pré-temporada aqui com a gente, e sentiu que a anterior já estava muito desgastante, sofrida, e resolveu fazer essa intervenção cirúrgica”, explicou Fernandinho.

“Nos primeiros meses ela ficou de repouso para a cicatrização óssea e nas estruturas que foram mexidas e agora está na fase em que precisa ganhar arco de movimento, flexionar o joelho, movimentar, recuperar força muscular, equilíbrio, reaprender a andar, reaprender os movimentos, então, é um processo lento, trabalhoso, sofrido, mas ela está se dedicando bastante e tudo está saindo conforme o planejado”, detalhou o fisioterapeuta.

Gratidão e carinho ao mestre

Todo o trabalho acontece no centro de treinamento do técnico José Roberto Guimarães, com toda a estrutura utilizada pela equipe do Barueri Volleyball Club e o mais curioso é que Samara nunca trabalhou diretamente em uma equipe com treinador – o que valoriza ainda mais o tricampeão olímpico ter aberto as portas do Sportville para a jogadora.

“Ano passado já havia feito a minha pré-temporada aqui. Estava passando por uma fase difícil, por conta de problemas de saúde na família, e o Zé foi sensacional comigo. Decidi ficar aqui no Brasil até a abertura do mercado em dezembro na Europa, para poder dar assistência à minha família, e tive total apoio de todos ali. O Zé e sua família, desde o primeiro momento disseram que eu poderia ficar o tempo que precisasse, e com toda a estrutura à minha disposição”, contou Samara.

Samara com o time de Barueri em 2020 (Foto: arquivo pessoal)

Naquele momento, ela já se encaixou no grupo e tinha tudo que elas recebiam. “Eu treinava com as meninas, malhava, me trataram como se fosse do time. Nunca irei esquecer. Depois de tudo resolvido com minha família, pude ir tranquila para minha temporada”, relembrou Samara.

Em um novo momento delicado, a jogadora mais uma vez contou com esse apoio. “Esse ano não foi diferente. Cheguei da Europa já decidida a operar, com tudo praticamente organizado, com o Fernandinho me dando assistência desde quando estava ainda na Polônia, e mais uma vez, desde o primeiro momento, tive as portas abertas aqui. Não tenho palavras para agradecer”, disse a ponteira, que complementou.

“Já achava incrível o trabalho que ele fazia com essas meninas tão jovens, mesmo antes de ter a oportunidade de estar próxima. Agora, então, depois de tudo que vejo e já vi, e também de tudo que fizeram por mim sem esperar absolutamente nada em troca, só posso dizer que minha admiração e gratidão não têm tamanho”, concluiu Samara, emocionada.